Foruns de Leitura / Desafios

Fahrenheit 451
de Ray Bradbury
 










A história decorre numa altura em que o mundo está organizado e a felicidade é obrigatória. Os bombeiros, guardas da ordem social, apenas têm a missão de queimar os livros, fonte de todos os perigos. E o papel só se incendeia quando atinge o grau de temperatura que dá o título ao romance.
Mas por encontrar Clarisse, uma jovem estranha e maravilhosa, Montag sente nascerem dentro de si pensamentos estranhos que o levam a roubar os livros, em vez de queimá-los, e a lê-los.
Tornado, assim, um foragido da Lei, passará a ser apenas um homem acossado por um cão-polícia mecânico e infalível.
Fahrenheit 451 é, sem dúvida, um dos romances mais famosos e populares de toda a literatura de Ficção Científica e consagrou definitivamente Ray Bradbury a nível mundial.



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A mão do Diabo

de José Rodrigues dos Santos
 


A Mão do DiaboA crise atingiu Tomás Noronha. Devido às medidas de austeridade, o historiador é despedido da faculdade e tem de se candidatar ao subsídio de desemprego. À porta do centro de emprego, Tomás é interpelado por um velho amigo do liceu perseguido por desconhecidos.

O fugitivo escondeu um DVD escaldante que compromete os responsáveis pela crise, mas para o encontrar Tomás terá de decifrar um criptograma enigmático.

O Tribunal Penal Internacional instaurou um processo aos autores da crise por crimes contra a humanidade. Para que este processo seja bem-sucedido, e apesar da perseguição implacável montada por um bando de assassinos, é imperativo que Tomás decifre o criptograma e localize o DVD com o mais perigoso segredo do mundo.

A verdade oculta sobre a crise.

Numa aventura vertiginosa que nos transporta ao coração mais tenebroso da alta política e finança, José Rodrigues dos Santos volta a impor-se como o grande mestre do mistério. Além de ser um romance de cortar o fôlego, A Mão do Diabo divulga informação verdadeira e revela-se um precioso guia para entender a crise, conhecer os seus autores e compreender o que nos reserva o futuro.



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A pirata

de Luísa Costa Gomes


 










A vida de Mary Read lê-se como um romance de acção e aventura para todas as idades. Escrito com simplicidade e humor, A Pirata acompanha as etapas da curta vida desta mulher que nasceu em Inglaterra nos finais do século XVII e que, logo de início, viu o seu destino marcado pelo nascimento ilegítimo e a morte do meio-irmão, ainda bebé. Vestida e criada como rapaz, Mary Read alistou-se ainda muito jovem no exército da Rainha Ana e partiu para a guerra da Flandres, onde se distinguiu pela coragem e pela disciplina em várias campanhas militares. Mas a paixão por um soldado holandês e o fim temporário da guerra na Europa levaram-na a novas andanças e a novos horizontes.


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As luzes de Leonor






de Maria Teresa Horta















 






Leonor de Almeida Portugal, neta dos marqueses de Távora, e que viria a ser 4ª marquesa de Alorna, foi enclausurada em 1758, com a mãe e a irmã, no Convento de S. Félix, em Chelas, por ordem do futuro marquês de Pombal. Tinha 8 anos. Saiu com 27, precedida pela fama da sua beleza, Luzes e talento poético. Admirada na Corte, torna-se valida da Rainha D. Maria, que apadrinha o seu casamento - contrariado pelo pai - com o conde Oeynhausen, oficial alemão ao serviço do exército português. Leonor obtém para o marido o cargo de embaixador de Portugal em Viena de Áustria, abrindo para si as portas da Europa civilizada. De passagem por Paris e na capital austríaca, torna-se notada nos salões mais cultos. Convive com Maria Antonieta e sua mãe, a imperatriz Maria Teresa. Sempre rodeada de livros e cadernos, percorre as estradas da Alemanha, França e Espanha. Vive, arrebatada, os primeiros passos da Revolução Francesa. De regresso a Portugal, enfrenta intrigas montadas contra ela pela mediocridade da Corte do regente D. João. Viúva desde 1793, acaba expulsa do país, em 1803, por iniciativa de Pina Manique, que via nela uma perigosa jacobina, e do embaixador francês Lannes, pressionado por Paris a agir contra o agente anti-napoleónica condessa de Oeynhausen, que entretanto se tornara amante do jovem general da Vendeia, Henri Forestier.


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Chocolate







de Joanne Harris






A aldeia de Lansquenet-sur-Tannes tem duas novas moradoras: Vianne Rocher, jovem mãe solteira, e a sua filha Anouk. Ambas correram mundo e viveram um sem-fim de aventuras, e a pacata aldeia francesa é o sítio ideal para a tranquilidade que agora desejam. Vianne tem um dom: domina a arte da chocolataria como ninguém e as suas guloseimas conseguem suavizar os corações de quem as saboreia. E agora ela vai concretizar um sonho, um sonho delicioso mas, naquelas paragens, pouco comum: uma chocolataria com o nome de La Céleste Praline.
Para a aldeia, La Céleste Praline e a sua encantadora proprietária são um sopro de ar fresco frente à tirania de Francis Reynaud, o austero padre a quem desagrada aquele comércio demasiado sofisticado e “tentador”, e que vê em Vianne um desafio à sua autoridade. Frente a ele, a jovem só pode apelar à alegria de viver das gentes de Lansquenet. Mas nem a própria Vianne podia antecipar os efeitos que os seus chocolates vão provocar numa comunidade pouco habituada a viver a magia do quotidiano...
Chocolate é um repertório de aromas e sabores, descritos de uma maneira tão viva que quase se sentem; é também uma galeria de personagens ternos e cruéis, amáveis e odiosos, mas sempre intensos e credíveis.
mance muito especial que nos abre a porta para um mundo inesquecível.

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Contos





de José Régio

José Régio é um caso singular e talvez último na literatura portuguesa deste século. É grande em todas as formas de expressão literátia - a poesia, o romance, o conto e a novela, o teatro, o ensaio e a crítica.
Da sua obra Contos destacamos "Os Namorados de Amância". A ação do referido conto é de grande amplitude temporal e abrange a vida da protagonista (Amância) desde a infância à velhice.
Amância ascende socialmente, através das senhoras Andrades, mulheres da alta sociedade, rejeita o apaixonado e vive amores frustrados, de modo leviano, nunca sendo verdadeiramente aceite pela elite.
No presente é uma mulher solteira e velha que dedica a vida a fazer caridade.












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Abraço







de José Luís Peixoto

   
A infância, o Alentejo, o amor, a escrita, a leitura, as viagens, as tatuagens, a vida. Através de uma imensa diversidade de temas e registos, José Luís Peixoto escreve sobre si próprio com invulgar desassombro. Esse intimismo, rente à pele, nunca se esquece do leitor, abraçando-o, levando-o por um caminho que passa pela ternura mais pungente, pelo sorriso franco e por aquela sabedoria que se alcança com o tempo e a reflexão. Este é um livro de milagre e de lucidez. Para muitos, a confirmação. Para outros, o acesso ao mundo de um dos autores portugueses mais marcantes das últimas décadas.
 
 


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Cosmicómicas







de Italo Calvino

O herói deste livro, que dá pelo impronunciável nome de Qfwfq, conta-nos as suas aventuras nas épocas mais remotas da história cosmológica, astronómica, geológica e biológica, sem jamais explicar quem é, mas afirmando sempre que estava lá e foi testemunha ocular de todos os grandes acontecimentos ocorridos desde o "big bang".   

 
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Mar Morto









de Jorge Amado

Mar Morto é da longa lista de romances de Jorge Amado, um dos mais populares, não só no Brasil como em muitos outros países.
Romance de grande força lírica, considerado um verdadeiro poema em prosa, conta histórias de velhos marinheiros, de mestres de saveiros, de pretos tatuados e de malandros que contam e cantam essas histórias da beira do cais da Bahia. 
Conta a história de Guma e Lívia que é a "história da vida e do amor no mar" e como diz Jorge Amado "O povo de Iemanjá tem muito que contar".

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A vida de PI








de Yann Martel







Filho do administrador do jardim zoológico de Pondicherry, na Índia, Pi Patel possui um conhecimento enciclopédico sobre animais e uma visão da vida muito peculiar. Quando Pi tem dezasseis anos, a família emigra para a América do Norte num navio cargueiro juntamente com os habitantes do zoo. Porém, o navio afunda-se e Pi vê-se na imensidão do Pacífico, a bordo de um salva-vidas, acompanhado de uma hiena, um orangotango, uma zebra ferida e um tigre de Bengala. Em breve restarão apenas Pi e o tigre, e a única esperança de sobreviverem é descobrirem que ambos precisam um do outro...

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A cidade dos deuses selvagens









de Isabel Allende
 

Depois da sua mãe adoecer, o jovem Alexander Cold parte com a extravagante, avó Kate, numa expedição da Internacional Geographic à selva amazónica, em busca de um estranho animal que muito pouca gente viu e que os indígenas chamam de "a besta". Outros membros da expedição, dirigida por um petulante antropólogo, são dois fotógrafos, uma bela médica, um guia brasileiro e a sua surpreendente filha Nadia, com quem Alexander trava uma amizade especial. Entre as missões da expedição está também a de vacinar os escorregadios índios, conhecidos como "o povo do nevoeiro". Uma história emocinante e comovente, que prende da primeira à última página e que alerta para os problemas ecológicos e para o drama terrível da extinção das tribos índias da região do Amazonas, como consequência direta da exploração desenfreada e irresponsável praticada pelos brancos. A Cidade dos Deuses Selvagens é uma viagem repleta de perigos, maravilhosas experiências e espetaculares surpresas, que vão fazer as delícias de quem escolher ler este livro.

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O priorado do Cifrão








de João Aguiar


Em Londres, na sala do Museu Britânico onde está exposto o estandarte de Ur, foi encontrado morto Sir Alastair Hopkins-Smith, um conhecido académico inglês. O corpo estava numa estranha posição, com o polegar da mão direita metido na boca, como se estivesse a chuchar no dedo.
Paralelamente, há outras ocorrências: o desaparecimento misterioso na Aústria, de outro académico, o Prof. Heinrich Loewe; e a morte, num acidente de viação suspeito, de um escritor português, Alfredo Estria, um velhote excêntrico que escreve e publica obras de cunho esotérico.
Há algo de comum nos três homens: todos eles se preparavam para atacar violentamente um livro que acaba de ser lançado nos  Estados Unidos e promete ser um êxito mundial, o romance The Caravaggio Papers, de Ben Browning, que, através de um suspense bem urdido, passa a mensagem de que, na sua origem, a doutrina cristã era de tipo orgiástico...
The Caravaggio Papers foi publicado por um grande grupo editorial de origem americana, a Thoth International, que detém uma editora portuguesa, a Codex 3, onde trabalha Miguel, o jovem protagonista deste romance.
Ao ler estas linhas já percebeu que o Priorado do Cifrão é uma excelente opção de leitura e está disponível na Biblioteca Escolar para que o possa requisitar.
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UU HOMEM BOM:

Aristides de Sousa Mendes
                                      
de Rui Afonso

Quando a França foi invadida pela Alemanha nazi, em Maio de 1940, o cônsul português em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes, viu-se perante um doloroso dilema. Deveria cumprir as ordens de Salazar, negando vistos para Portugal aos refugiados que os solicitavam? Ou deveria seguir os imperativos da sua consciência, desobedecendo ao ditador e passando vistos que significavam a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas, sobretudo judeus?

O cônsul seguiu a sua consciência (…) Quantas vidas salvou Sousa Mendes? Nunca o saberemos com precisão: decerto milhares(…) Como disse um historiador, as acções de Sousa Mendes representaram talvez "a maior acção de salvamento por um único individuo durante o Holocausto."

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Muito, meu amor
                                       de Pedro Paixão,


Ler um livro de Pedro Paixão, em voz alta, à pessoa amada. «Podemos começar por qualquer lado.» Ou lê-lo todo de uma vez, do princípio ao fim, porque nem sempre conseguimos parar. Prende-nos esta linguagem, prendem-nos estas imagens, como quem olha por uma janela e vê «as casas, o céu e o mar», como quem olha por uma janela aberta, agora para dentro, e vê «um quarto pequeno, desarrumado, a cada instante mais desarrumado, os corpos desencontrados e depois encontrados...» "Muito, Meu Amor". «Um amor que começou antes de ter começado», porque «não há maneira de parar o coração». «E ele agarrou-lhe na mão, e ela agarrou-lhe na mão, e ficaram de mãos agarradas, primeiro a olharem para as mãos, depois levantando lentamente os olhos, que por fim se encontraram, perdendo-se uns nos outros, sem já saber quem via ou era visto, os olhos ao mesmo tempo a verem e a serem vistos, nus, sem qualquer pudor, como se tudo fosse possível uma vez mais, uma última vez, sem esquecer que o que lhes estava a acontecer é impossível, quanto mais de esquecer.»



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A Lua de Joana ,

                      de  Maria Teresa Maia Gonzalez




















Eu gostei muito de ler este livro e foi até à presente data o único que me comoveu. É um livro bastante interessante, pois aborda a questão da toxicodependência e a importância do diálogo entre pais e filhos. A falta de diálogo é, por vezes, a razão que leva os filhos para maus caminhos. Esta obra mostra a realidade e, por isso, adorei! É uma espécie de diário (apesar de, formalmente, não o ser), cuja personagem principal é Joana que escreve cartas para uma amiga que já morreu, contando-lhe tudo o que se passa quotidianamente na sua vida . Joana era uma rapariga exemplar, tanto na escola como em casa, mas tudo mudou quando perdeu a sua melhor amiga, a Marta, que se envolveu com as drogas, tendo morrido de «overdose». Joana acabou também por entrar no mundo da toxicodependência, talvez influenciada pela Rita, uma amiga de Marta que a teria levado para o mundo da droga, e pelo irmão da Marta, o Diogo, também vítima das drogas. A morte da avó, grande conselheira de Joana, a falta de atenção por parte dos pais sempre muito ocupados com as suas profissões levou Joana para o mundo infernal da droga de onde não conseguiu sair, tendo sido mais uma vítima a lamentar.
O título deste livro comovente justifica-se plenamente. Por um lado, aponta para a personagem central. Por outro lado, a referência à lua deve-se ao facto de haver no meio do quarto de Joana uma lua suspensa do teto por uma corrente, um baloiço imaginado construído só para Joana. Quando ela queria pensar, colocava o baloiço em posição de quarto crescente, e quando estava triste rodava-o para quarto minguante e ali se sentava até que a tristeza lhe passasse. Curioso!

Ricardo Garcia ( 10º Ano , turma A )
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 Quem é Ernest Hemingway ?



Ernest  Miller  Hemingway é um escritor americano que nasceu a 27 de julho de 1899 e morreu aos 61 anos, no dia 2 de julho de 1961, nos Estados Unidos da América. Ele casou quatro vezes e desses quatro casamentos teve três filhos.  
 Escreveu vários romances, dos quais se destacam os seguintes: O Sol também se levanta (1926), Por quem os sinos dobram (1940) e O Velho e o Mar (1952).Foi graças a este último livro que lhe foi entregue o Prémio Pulitzer (outorgado a pessoas que realizem trabalhos de excelência na área do jornalismo, literatura e música). Em 1954, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura.
 Aos 61 anos, enfrentando problemas de hipertensão, diabetes, arteriosclerose, depressão e perda de memória, decidiu pôr termo à sua vida, suicidando-se.
 
O Velho e o Mar

                                    

É a história de um velho pescador chamado Santiago. Apesar de muito experiente, Santiago ficou 84 dias sem conseguir apanhar nenhum peixe. Santiago tem um jovem amigo, chamado Manolín, que o incentiva a pescar. Na manhã do 85º dia, na sua pequena canoa, Santiago consegue apanhar um peixe enorme que lhe oferece muita resistência, pois puxa a canoa de Santiago cada vez mais para o alto mar. Santiago sofre com o sol cegante e abre feridas nas mãos, de tanto lutar com o peixe. Depois de alguns dias, Santiago consegue finalmente matar o peixe e amarrá-lo à sua canoa. Porém, enquanto regressava à costa, sofre constantes ataques de tubarões.  
Quando finalmente consegue chegar à praia, o peixe já estava sem carne, só restava o seu esqueleto, e Santiago estava sem forças. Os outros pescadores, vendo o tamanho do peixe, o maior que alguém já havia pescado, começaram a respeitar e a ajudar, especialmente o jovem Manolín, que gostava muito do velho.
É uma história aparentemente simples, mas que me cativou bastante. E porquê? Porque o velho, personagem principal, na sua luta constante contra a natureza deu-me uma grande lição de vida. Mostrou-me que nunca devemos desistir dos nossos objetivos mesmo que, para isso, tenhamos que lutar muito e durante muito tempo. Aprendi que devemos lutar pelos nossos objetivos, mesmo que isso dê muito trabalho. Foi o que aconteceu com o velho, ele tentava apanhar um peixe, não conseguia, mas também não desistia, e foi então que conseguiu apanhar um grande peixe. Foi, afinal, capaz de surpreender todos os que gozavam com ele.
Eu aconselho vivamente a leitura deste livro, por todas as razões que apontei anteriormente e, em particular, porque ele aponta a persistência como um caminho indispensável para concretizar os sonhos. Seduzido pela imagem da capa (homem a pescar, um peixe, um barco) e pelas cores (o azul, cor do mar e o amarelo, cor da areia) rapidamente me apercebi da relação entre a imagem e conteúdo do livro. Na verdade, os elementos da capa apontavam para a ação relatada, para o protagonista na sua luta incessante contra a força da natureza e para o objetivo atingido ao fim de oitenta e quatro dias de luta terrível.
Illya Yellistrakin, 10º A 

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A Casa Torta, de Agatha Christie


A Casa Torta é um romance policial escrito por Agatha Christie, uma das mais famosas escritoras de todos os tempos, sendo que os seus livros são os terceiros mais vendidos da História, depois da Bíblia e de Shakespeare. Agatha Christie foi galardoada como a Melhor Autora de Romances Policiais do Século XX e A Casa Torta é um dos seus livros preferidos.

A ação passa-se nos anos 40 nos subúrbios de Londres e gira em torno da família Leonides, que vive numa mansão conhecida por Casa Torta. A casa recebe esta denominação não só devido à sua construção deficiente, torta, mas também devido ao caráter retorcido e difícil dos seus habitantes. Ora, o título é, desde logo, duplamente significativo.

Aristides Leonides é um velho milionário grego, que sempre tomou conta da sua numerosa família. Ao todo vivem onze pessoas na Casa Torta: Aristides, a sua cunhada, a sua segunda mulher, cinquenta anos mais nova, os dois filhos ainda vivos, as mulheres dos filhos, três netos e o professor destes últimos. Quando Aristides é encontrado morto, a polícia é chamada e descobre-se que foi envenenado. Todas as suspeitas recaem sobre Brenda, a sua mulher, que é suspeita de ter um caso com o professor dos netos do marido. Mas terá sido mesmo Brenda a substituir a insulina do velho milionário por eserina, um veneno potente que acabou com a sua vida?

Charles Hayward, filho do comissário-adjunto da Scotland Yard e noivo de Sophia, a neta mais velha de Aristides, começa então a sua própria investigação, pois apenas quando a verdade for conhecida, poderá casar com ela.

Em A Casa Torta, Charles e a polícia não encontram praticamente nenhuma prova material, mas a riqueza dos diálogos entre as diferentes personagens leva o leitor a saber o que cada um pensa, conta, esconde ou considera relevante ou irrelevante. Assim, à medida que mais informações são reveladas, a história vai-se compondo, como o encaixar de peças de um «puzzle». Toda a história gira em torno da psicologia das personagens e as perguntas que são colocadas em relação ao assassinato não são as comuns dos polícias, como?, quando? ou onde? (pois qualquer pessoa da casa podia ter trocado os frascos), mas sim porquê? Quem terá motivo para matar Aristides?

Para este livro, Agatha Christie criou um elenco de personagens brilhantes, que vão desde o frio e impassível Philip até à emocional e teatral Magda e passando pela infantil, chata mas inteligente Josephine. Esta última é, talvez, a personagem mais interessante, pois é psicologicamente densa, revelando uma inteligência e astúcia muito grandes, apesar de ter apenas doze anos.

Tal como quase todos os livros de Christie, esta obra apresenta um final surpreendente, talvez o mais espantoso de toda a sua obra, já que é impossível desvendar o autor do crime antes do final da história. Este facto, aliado a uma escrita brilhante e envolvente torna o livro uma obra única de leitura obrigatória para todos os amantes de romances policiais.

Por todos estes motivos, aconselho vivamente não só a leitura deste fantástico livro, como também de todas as obras de Agatha Christie.



Lucas Sá, 10ºA, nº19
                                                          19 de novembro de 2011
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A Filha do Capitão, de José Rodrigues dos Santos


          Em 2004, José Rodrigues dos Santos, prestando homenagem aos seus antepassados que estiveram envolvidos na Primeira Guerra Mundial, na Flandres, publicou o romance A Filha do Capitão, onde nos traça um notável repertório de acontecimentos relacionados com a participação portuguesa naquela guerra.

          Nesta obra, o autor narra duas histórias de vida paralelas: a de Afonso Brandão, figura central do romance, filho de gente humilde e nascido nas redondezas de Rio Maior, num meio pobre e rural, que teve a oportunidade de estudar num seminário, apesar de, mais tarde, ter sido expulso, seguindo os estudos e preparação para oficial do Exército e a de Agnès Chevallier, que vive uma vida folgada, num lar feliz, em Lille, onde é mimada e onde lhe é dada a oportunidade de estudar medicina na Sorbonne parisiense.

          O despoletar da Primeira Guerra Mundial leva Afonso Brandão a integrar o Corpo Expedicionário Português, enviado para a Flandres por um governo desejoso de reconhecimento internacional, na sequência da traumatizante revolução republicana. É esta ocorrência que vai cruzar aquelas duas vidas.

          A paixão surge sob os auspícios trágicos de um amor impossível num cenário de desolação. Afonso é feito prisioneiro. Agnès que esperava um filho seu viu-se separada dele meses a fio. Quando a guerra acabou e Afonso voltou a Portugal, pôde finalmente saber notícias da sua francesa que, entretanto, falecera devido à febre espanhola.

          Este romance histórico notável faz-nos ver a guerra como algo ainda mais horrível do que aquilo que imaginamos, no entanto, o seu estilo prodigiosamente poético encanta o leitor. Uma obra inesquecível, uma leitura única e recomendável.
Beatriz Cabrita, Nº: 3
Ano: 10º Turma: A

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Descobri que a leitura é uma forma servil de sonhar. Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos?








(Fernando Pessoa)





Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970. Foi Bolseiro do Ministério da Cultura — IPLB com uma bolsa de Criação Literária para o ano 2000, na área de poesia.

Em Dezembro de 2001 publicou a sua primeira obra: Livro da dança, na Assírio e Alvim.

Recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca da Fundação Calouste Gulbenkian e do jornal Expresso com a obra O Senhor Valéry (publicado na Editorial Caminho em 2002) e o Prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores, com Investigações. Novalis (Difel).

Publicou O homem ou é tonto ou é mulher e A colher de Samuel Beckett e outros textos, ambos na Editora Campo das Letras e adaptados para teatro.

Está representado em antologias de poesia publicadas na Holanda («Hotel Parnassus, Poetry International 2002») e na Bélgica («Het laatste anker» — «O último refúgio — 300 poemas de todo o mundo sobre a morte», Lannoo/Atlas), e editado em revistas inglesas e americanas.

& Vencedor, em 2004, do Prémio LER/Millenium BCP.
      & Vencedor, em 2005, do Prémio Literário José Saramago.

Obras:

 § O senhor Henri (2003)

 § Um homem: Klaus Klump (2003)

 § A máquina de Joseph Walser (2004)

 § O senhor Brecht (2004)

 § O senhor Juarroz (2004)

 § Jerusalém (2005)

 § O Senhor Walser (2006)

 § Água, Cão, Cavalo, Cabeça (2006)

 § Aprender a Rezar na Era da Técnica (2007)

 § Os Amigos (2008)

 § Uma Viagem à Índia (2010)

 § Matteo Perdeu o Emprego (2011)
 








ü Sugestão de leitura

Matteo Perdeu o Emprego (2011)

       $ Autor : Gonçalo M. Tavares

  & Editora : Porto Editora
  2      Sinopse: Matteo responde a um anúncio de emprego. Toca à campainha e uma mulher recebe-o. Mas a mulher apresenta uma particularidade estranha. É a primeira proposta de trabalho de Matteo em muitos meses: aceita-a. Mas Matteo não suporta aquele ofício durante muito tempo. Responde a um novo anúncio. Toca à campainha e um homem abre a porta e recebe-o. De novo, a mesma particularidade estranha. Várias personagens e episódios sucedem-se como peças de dominó que vão caindo umas sobre as outras. As personagens cruzam-se e cada uma delas é abandonada quando surge a seguinte. São ligações sucessivas - até que se chega a Matteo, o homem que perdeu o emprego.
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A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais,Voltaire
Vinte poemas de amor, Pablo Neruda
Esta pequena antologia poética deste escritor chileno, que foi Prémio Nobel em 1971, tem como motivo central o amor. Se é sensível aos afectos, poderá deparar-se com uma variada expressão de sentimentos: a paixão, a ternura, a tristeza, o desespero…
Vale a pena ler! Experimente!



Soneto XVII

No te amo como si fueras rosa de sal,topacio
o flecha de claveles que propagan el fuego:
te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
secretamente, entre la sombra y el alma.

   Te amo como la planta que no florece y lleva
                                 dentro de sí, escondida, la luz de aquellas flores,
                                 y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
                                 el apretado aroma que ascendió de la tierra.

                                Te amo sin saber cómo, ni cuándo, ni de dónde,
                                te amo directamente sin problemas ni orgullo:
                                así te amo porque no sé amar de otra manera, .

                                sino así de este modo en que no soy ni eres,
                                tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mía,
                                tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.



O Carteiro de Pablo Neruda, Antonio Skármeta

É um romance que narra a extraordinária amizade entre um carteiro e o poeta Pablo Neruda de renome internacional e premiado com o Nobel da Literatura em 1971.
O carteiro Mário Jimenéz, um jovem morador da pequena Ilha Negra no litoral do Chile, pressionado pelo pai para conseguir um trabalho, emprega-se como carteiro da agência de correios local. O seu único cliente é o famoso poeta chileno, e diariamente leva-lhe cartas e mais cartas. Por insistência de Jimenéz, nasce entre ambos fortes laços de amizade, que o leva a pedir conselhos sobre a arte poética. Apaixonado pela filha da proprietária da estalagem local, Mario usa a poesia aprendida com Neruda para a conquistar. Surgem algumas dificuldades para o conseguir, sobretudo pela interferência da futura sogra, mas com o apoio do poeta, consegue finalmente casar-se com ela.
Após eleição de Salvador Allende como Presidente da República e a nomeação de Neruda para embaixador do Chile na França, há um afastamento dos dois amigos e a consequente perda de trabalho por parte de Mario, que fica sem o seu único cliente. Com saudades da ilha, Neruda chega a pedir ao seu amigo uma gravação com os sons da paradisíaca ilha, tarefa que Mario cumpre com dedicação.
Pablo Neruda sofrendo de uma doença que o levaria à morte, retorna à Ilha Negra poucos dias antes do golpe militar que derrubaria Allende. A sua casa é cercada por tropas militares e com apelo de Mario e da esposa, aceita transferir-se para um hospital de Santiago, onde mais tarde viria a falecer.


Leia e aprecie esta belíssima obra!
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